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terça-feira, 14 de março de 2017

Campanha da Fraternidade 2017: É missão de todos nós.


Deus nos ama de uma maneira grandiosa, sincera, verdadeira. O livro do Gênesis, logo em seu início, nos apresenta esta certeza ao relatar o Criador contemplando a obra de suas mãos, vendo que tudo quanto tinha feito era muito bom (Gn 1,31). Entretanto, uma grande reflexão se faz acontecer: Será que o Senhor, na atualidade, teria a mesma alegria em com tanto carinho e dedicação desenhar este lindo Planeta, repleto de belezas e maravilhas, e entregá-lo de presente a nós, seres humanos, para dele cuidarmos? 

Na realidade em que vivemos, a vida, em suas diferentes formas (animal, vegetal e humana) tem sido constantemente desvalorizada, ameaçada, agredida. Muitas vezes fechados no vazio de nós mesmos, não somos capazes de modificar tal situação. 

A Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), através da Campanha da Fraternidade, tem proposto um constante debate a cerca do cuidado tão urgente e necessário para com a nossa casa comum, ao dedicar, em alguns anos, um pensamento voltado para  as questões e problemáticas relacionadas ao meio ambiente, ecologia, sustentabilidade. Em 2017, não se faz diferente. Como tema, tem-se: " Fraternidade: Biomas Brasileiros e Defesa da Vida." E o lema: " Cultivar e guardar a criação." (Gn 2,15). Ah, os Biomas Brasileiros. Amazônia, Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado, Pantanal e Pampa. Cada um com suas particularidades. Em todos, imensas belezas e riquezas naturais. Uma biodiversidade incrível. A ampla história e costumes dos povos que os habitam. 

Para todos, o desalento de conviver com atitudes desordenadas e ilegais que os comprometem, destroem. Desmatamentos, queimadas, caça e pesca predatórias, atividades de garimpo/mineração, assoreamento de rios, desrespeito aos nativos em seu espaço e tradições, dentre outros. Na irresponsabilidade e  insensatez de ações cada vez mais frequentes, a natureza destes espaços tão vastos em conteúdo de vida pede socorro. Na Amazônia, considerada o "pulmão do mundo", as crateras diariamente abertas em função da exploração ilícita de madeira são também uma enorme ferida no coração da floresta, no coração de Deus, no coração da gente. A Mata Atlântica, que outrora resguardou com abundância uma das maiores riquezas que o nosso território já possuiu, o Pau Brasil, hoje, com tristeza apresenta, somando-se todos os fragmentos de floresta nativa original, apenas 12,5% da mesma. Um Pantanal, Caatinga e Cerrado onde espécies animais e/ou vegetais vivem na iminente ameaça de extinção. Uma situação difícil, preocupante.

O Papa Francisco, ao trazer sua mensagem em relação à CF 2017, de maneira sábia preconiza que " o criador foi pródigo com o Brasil. Concedeu-lhe uma diversidade de biomas que lhe confere extraordinária beleza. Mas, infelizmente, os sinais da agressão à criação e da degradação da natureza também estão presentes. Entre vocês, a Igreja tem sido uma voz profética no respeito e no cuidado com o meio ambiente e com os pobres. Não apenas tem chamado a atenção para os desafios e problemas ecológicos, como tem apontado suas causas e, principalmente, tem apontado caminhos para a sua superação." O Santo Padre destaca ainda que o respeito e cuidado para com a vida, dom de Deus, é um desafio global, necessitando da consciência participativa, do envolvimento de cada pessoa, cada comunidade local.

Desta forma, amados irmãos e irmãs, que o Senhor nos abençoe e nos inspire a fazer o certo, a atender o seu chamado, a lutar pelo bem de todos, dando-nos as mãos, unindo forças no cultivo a criação e defesa da vida, que precisa de ajuda, atenção, cuidados. Porque juntos somos mais. Porque juntos, com certeza, podemos mais.